Sessão Plenária em Brasília: Governo Lula busca isenção do IR até R$ 5 mil e extrema direita tenta travar votação

A Câmara dos Deputados viveu um dia de intensos debates nesta quarta-feira (01), durante sessão plenária com pauta única: a apreciação do projeto do governo Lula que prevê isenção total do Imposto de Renda para todos os brasileiros que recebem até R$ 5 mil por mês. A medida é considerada uma das mais populares do atual governo, por beneficiar diretamente trabalhadores da classe média e assalariados em geral.

Apesar do caráter social do projeto, setores da extrema direita tentaram colocar obstáculos à votação. O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), herdeiro da família imperial e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocupou a tribuna para declarar que até é favorável à isenção, mas criticou o dispositivo que prevê a taxação de super ricos e grandes fortunas como forma de compensar a perda de arrecadação. Segundo ele, essa medida seria “um retrocesso econômico”.

Na prática, a posição defendida pelo parlamentar inviabilizaria a proposta, já que o equilíbrio fiscal do projeto está baseado justamente na cobrança dos mais ricos. Ao final do discurso, Luiz Philippe disse esperar que o texto não fosse votado naquela noite, provocando reação imediata da base governista.

O deputado Jorge Solla (PT-BA) rebateu de forma contundente, defendendo a proposta do governo e acusando a extrema direita de tentar barrar um direito legítimo do povo trabalhador.
“Cuidem-se, o povo tá vendo tudo. O que está em jogo aqui é justiça social. Quem ganha até R$ 5 mil não pode continuar sendo penalizado, enquanto os super ricos seguem acumulando privilégios”, afirmou Solla, sob aplausos de colegas da base aliada.

O clima de tensão marcou a sessão e a expectativa é de que a votação seja concluída ainda nesta semana. Caso aprovado, o projeto representará uma das maiores reformas sociais no sistema tributário brasileiro dos últimos anos, isentando milhões de trabalhadores do pagamento do Imposto de Renda.